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                                 Observatório de Saúde e Trabalho no Agronegócio                            

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Foto do escritorObservatório Frigoríficos

Agir antes que a catástrofe seja inevitável


Por Carlos Amorín para a Rel-UITA.


No dia 5 de novembro foi realizado a 1º Oficina Sindical na América Latina (Brasil, Argentina, Uruguai) e Europa (Espanha-Itália) cujo foco foi o “Meio ambiente e mudanças climáticas nas cadeias produtivas/cadeias de valor do agronegócio e turismo.”



O objetivo do encontro ─ realizado virtualmente ─ foi integrar o movimento sindical latino-americano e europeu para uma ação sindical organizada e qualificada na Trigésima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).


Convocada e coordenada pela Regional Latino-Americana da UITA e pelo Observatório de Saúde e Trabalho na Agroindústria (OBAGRO) do Brasil, o evento contou com a mediação do Médico do Trabalho Roberto Ruiz, diretor do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho da Rel UITA.


As organizações participantes¹ expressaram a sua forte preocupação com as mudanças climáticas, a forma como afetam o emprego, a saúde de trabalhadores e também o planeta.


Gerardo Iglesias, secretário regional para a América Latina da UITA, disse que “com o Dr. Roberto, trabalhamos há vários anos na ideia de criar um espaço, uma área para denunciar a precariedade das condições de trabalho, e estou feliz por dar o pontapé inicial para esta iniciativa".


Quero reconhecer que aprendemos muito com a Fundação 1º de Mayo e com o ISTAS do CCOO, com quem trabalhamos juntos há muito tempo e temos acordos de cooperação, aos quais se juntou posteriormente o FLAI da Itália no setor de alimentação, assim como os contatos feitos através da luta NGG da Alemanha no setor da carne.


A voz dos sem-voz


O massacre que ocorre em todo o mundo contra a saúde de nossos trabalhadores deve ser denunciado. O médico Christophe Dejours afirma que sofrimento e trabalho andam de mãos dadas, e acrescenta que hoje esse sofrimento é sofrido em silêncio, sozinho, pois não é denunciado por medo de perder o emprego.


Portanto, cabe às organizações sindicais, ao movimento operário internacional ser a voz daqueles que sofrem, assim como denunciar, gerar espaços de discussão, formar quadros sobre estas questões e dar ferramentas aos delegados para defenderem o trabalho seguro. Vivemos numa época em que a única coisa que importa é o bem-estar das empresas transnacionais e do sistema financeiro.


Não importam a saúde de trabalhadores, os danos causados ​​ao ambiente e a segurança dos alimentos produzidos, mesmo que para isso sejam assassinados defensores do meio-ambiente e dos direitos humanos na América Latina mais do que em qualquer outra parte do planeta.


A UITA na América Latina enfrenta muitos desafios, mas as ideias e a vontade de trabalhar estão intactas, e é uma ótima notícia que hoje lançamos este Observatório”, enfatizou.


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¹As Confederações Nacionais dos Trabalhadores da Alimentação do Brasil (CNTA e CONTAC/CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares (CONTAG), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hotelaria (CONTRATUH), as federações nacionais da agroindústria da Argentina, e as federações nacionais da agroindústria Uruguai, na Europa as Federações de Trabalhadores da Indústria e Serviços – Comissiones Obreras (CCOO – Espanha) e a Federazione Lavorati AgroIndustria – FLAI/CGIL (Itália)


Apoiram o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Brasil, o Laboratório de Saúde Ocupacional (LASAT) – Departamento de Saúde Pública – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Brasil, o Instituto Complutense de Sociologia para o Estudo das Transformações Sociais Contemporâneas (TRANSOC), a Escola Profissional de Relações Trabalhistas da UCM e a Fundação 1ª de Maio – (CCOO – Espanha), bem como a Fundação METES (CGIL – Itália).

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